Frame de vídeo do espetáculo “Ossos”
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wJcIp6zjU9M
O espetáculo monólogo interpretado pelo artista Maurício Lima – Ossos – é uma reflexão acerca da morte a partir do mito “Prometeu Acorrentado”, que ao utilizar o texto de João Cícero propõe uma junção da palavra com o corpo, com uma escrita e estruturas não convencionais, construídos como uma música. Intensidade, respiro e silêncio. João Cícero a define como uma performance sobre o drama de um homem que atravessa um momento vertiginoso da existência, uma zona de turbulência, lançando um olhar sem moral para a morte iminente.
Para a escritora e psicanalista Clarissa Pinkola Estés, “todos nós começamos como um feixe de ossos perdido em algum ponto no deserto, um esqueleto desmantelado que jaz debaixo da areia”[1] e cantar sobre os ossos seria “(...)sussurrar a verdade do poder e da necessidade de cada um, soprar alma sobre aquilo que está doente ou precisando de restauração. Isso se realiza por meio de um mergulho no ponto mais profundo do amor e do sentimento.[2]"
Um corpo estendido ao chão, como se, do alto tivesse caído, pulado. Desesperado. Essa era a forma. Maurício começou a respirar. Agora é pela morte que fala, que pensa, grita. Estava em uma aula no 6º andar, 2008. Quando um barulho explodiu. Sim, explodiu. Seco, pesado, diferente. Era uma pessoa. Em algum momento da performance, Maurício falou: “(...)depois da queda eu pensei em amor”. Nesse momento eu pensei nele, o estudante de economia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. [1] ESTES, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p 42.
[2] Ibdem.